O sono da razão cria monstros - Goya, gravura.
E em verdade o faz; mais curiosa ainda, contudo, é a criatura cuja origem não é da razão a ausência, mas fartura. Nos moldes da razão, perde-se tantas vezes o conteúdo que de lógica nada tem, mas por isso mesmo é imprescindível ao exercício do que mais misterioso há em nós. Não a deixemos de lado, mas nem tampouco deixemos com que a sobriedade que dela provém nos empreste e por fim conosco deixe a frigidez de viventes embevecidos com a própria prudência.
Se há em nós centelha qualquer que não nos explique, mas ao menos faça clara a beleza da pergunta que somos, e que com a razão nada tem, mas com a qual por vezes concorda por manter-se omissa, não a calemos quando em nosso íntimo sentimos que pede, tímida porém inquieta, por tudo que a razão não recomenda.
Se há em nós centelha qualquer que não nos explique, mas ao menos faça clara a beleza da pergunta que somos, e que com a razão nada tem, mas com a qual por vezes concorda por manter-se omissa, não a calemos quando em nosso íntimo sentimos que pede, tímida porém inquieta, por tudo que a razão não recomenda.
o que tu falou no texto tem muito a ver com o que é mostrado no filme sobre a vida de Goya.
ResponderExcluirquando o personagem fala sobre a série Caprichos (a série de gravuras que inclui essa do sono da razão), ele diz mais ou menos que.. o sono da razão cria monstros. mas o sono da imaginação também. a razão aliada à imaginação é mãe das artes e torna possível maravilhas..
(L)