Do amor, em um corpo, pouco resta além do vazio que ocupava - não se leva consigo nada nobre, não há aprendizado que fique. Toda experiência desmonta, vai ao chão, e fica-se só, a cabeça entre as mãos, ruminando a constatação - "absurdo, absurdo". Foi assim após o primeiro, assim será por quantas vezes amor houver.
Todo amor nasce e morre em função dele mesmo; nada levamos que nos faça mais preparados para o próximo. Qualquer convicção contrária é tentativa débil de se ter controle - não há, não há. Fim de amor é ressaca eterna até a próxima dose; a embriaguez virá da mesma forma.
No fim, e encerrando de forma descompromissada um texto preguiçoso e sem objetividade, cada amor compartilha com outro, tão somente, a expectativa. Nascer amor é nascer a ansiedade pelo fim, e nenhum aprendizado anterior a faz mais confortável; e, até que chegue, seremos tão débeis como fomos por cada vez que, sorrindo frouxo, acreditamos que seria diferente. Débeis.
Esse texto está tão cretino e preguiçoso, que não vou nem relacionar alguma música a ele. É ele, sozinho, em toda sua cretinice.